Vivendo na caatinga, um ambiente castigado pela escassez de chuvas e aridez, o sertanejo é um bravo homem da terra. Poucas civilizações no mundo conseguiriam alcançar o feito dessa gente corajosa. O sertão, com seus ventos bíblicos, calmarias pesadas e noites frias, impressiona. Cortado por veredas e árvores retorcidas em desespero, todo ele são monótonos caminhos ressequidos. As "pueiras", lagoas mortas, de aspecto lúgubre, são o único oásis do sertanejo.

Para o habitante da cidade, a pessoa que vive no sertão,
é geralmente, rude, inculta e avessa à vida moderna. Essa imagem
tomou força com o sertanejo - O jeca Tatu - descrito
no conto Urupês, publicado no livro homônimo, de Monteiro Lobato.

Não tem ânimo para trabalhar, "é o sombrio urupê
de pau podre a modorrar silencioso no recesso das grotas [...] funesto parasita
da terra [...] inadaptável à civilização".
Essa figura do sertanejo gerou obras no cinema e na literatura, e sua caricatura
passou a ser utilizada em anedotas e mesmo nas histórias infantis,
como o personagem Chico Bento, criado pelo quadrinista Maurício
de Sousa.
Há alguns anos, porém, esse estereótipo tem sofrido
uma inversão de valores. Se, antes, o sertanejo era exatamente a figura
descrita por Monteiro Lobato, atualmente a figura do caipira tem sido valorizada.
Pode-se observar esse fenômeno no sucesso conseguido pelos cantores
de música sertaneja, que cantam as belezas da zona rural e da vida
na fazenda (embora os mais modernos tenham deixado de lado os temas da vida
na roça, para se dedicar às baladas de amor).
Estimuladas por essa moda, ganharam terreno as festas de rodeio, em que cavaleiros
medem suas habilidades para conseguir dominar o cavalo ou o boi bravo. Antes
restritas às comunidades rurais, as festas de rodeio se modernizaram
e atraíram o público da cidade.
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