Na Terra Santa, só o heavy metal salva
Enquanto os líderes israelenses e palestinos não mostram nenhuma
disposição em superar suas divergências, um grupo de heavy metal tem
conseguido transpor as fronteiras impostas pelo ódio para encontrar
pontos em comum entre povos que os radicais teimam em ver como inimigos.
A banda Orphaned Land,
de Israel, é, há um par de anos, o catalisador de fãs não só de seu
país, mas de vários lugares do Oriente Médio, inclusive onde o rock não é
exatamente bem visto. Nessa rede que se formou em torno do grupo, que
tomou o Facebook e outras redes sociais, aparecem judeus, muçulmanos e
cristãos, de países como Líbano, Síria, Turquia e Irã. Uma revista
iraniana de rock, aliás, dedicou sua capa ao Orphaned Land em 2010, como
dá para ver acima.
O segredo do sucesso da banda é a “fusão do heavy metal com
instrumentos tradicionais, melodias e ritmos do Oriente Médio”, escreve o
comentarista israelense Roi Ben-Yehuda.
“Ao fazer isso, eles conseguem não apenas explorar a sensibilidade
estética regional, mas também demonstrar que o povo judeu tem raízes no
Oriente Médio, e que o engajamento com a globalização não
necessariamente tem de levar ao abandono da cultura local.” Ele explica
que o Orphaned Land usa em suas letras trechos da Torá, do Novo
Testamento e do Corão, numa “visão ecumênica de espiritualidade”.
Na mais recente demonstração de pacifismo,
Johanna Fakhri, dançarina libanesa, apresentou-se com a banda mostrando
uma bandeira de seu país, lado a lado com a bandeira de Israel, como dá
para ver abaixo.
Depois desse show, o Orphaned Land caiu na estrada acompanhado de
artistas da Tunísia e da Argélia para fazer, nas palavras de Ben-Yehuda,
“a primeira turnê de heavy metal judaico-islâmica de que se tem
notícia”. É como diz a página dos fãs da banda na internet: “O Orphaned Land é bem-sucedido onde os políticos fracassam!”.
ví no Estadão.
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